Recent Posts

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

It's cool, we can still be friends!




Eu ainda gosto de você. E eu gosto mais ainda de dizer isso da forma mais dramática possível. E então todos ficam com pena de mim e culpam você, e isso é bom, muito bom. Pois eu definitivamente preciso tirar toda essa culpa de cima de mim e jogar em cima de quem quer que seja. E ninguém melhor que você, certo? Eu me alivio e de quebra te vejo sofrer. Ou não, pois eu realmente duvido que eu venha a ser a culpa de seu sofrimento um dia, não de novo.

Mas então... Ontem à noite eu sonhei com isso. Em pleno Natal e eu remoendo coisas antigas só por que eu amo levar o título de vítima. E amo sentir pena de mim, então nada mais amável do que voltar àquele estado deprimente de pessoa abandonada. E eu acordei sentindo como se tivesse vivido aquilo, e eu estaria feliz, de verdade, se eu tivesse realmente vivido. Eu sinto sua falta e odeio admitir isso. Mas você não foi embora de vez e talvez seja esse o nosso maior problema. É legal que ainda tenhamos a amizade de sempre, mas como dizem, relações acabam até com as amizades mais verdadeiras. E do meu lado está pesado demais e toma muito de mim tentar segurar as pontas sozinha.

Eu sei que é impossível, eu sei que não tem mais como viver isso, mas eu sempre gostei do mais difícil. E eu ainda amo te irritar, te assustar, por mais que eu saiba que isso já não mais te faz sofrer. E você diz que eu já te machuquei demais, e talvez seja verdade. Mas, vamos lá... Você poderia levantar a blusa a hora que quisesse que não haveria ferida alguma ali para contar história.

Eu odeio ter nascido assim, eu odeio ter nascido isso. Eu odeio ter complicado tudo. Eu odeio ter te conhecido. E às vezes você me faz odiar até ter nascido. Eu odeio saber que você é aquela pessoa que mesmo que eu esteja com a outra melhor de todas, você ainda me fará tremer. Aquela que eu vou sempre amar e nunca vou ter. E eu acredito que cada um de nós tenha alguém assim, mas poucos têm a sorte de conseguir segurá-la tão forte que ela nunca iria sequer ir. Mas eu relaxei, eu sou relaxada, e parece que você soltou de mim de vez.

E nossa, é realmente legal essa amizade toda. Você se preocupa por eu ter emagrecido tanto e pergunta sobre meu apetite. Não é que eu tenha perdido ele hoje, mas acho que o perdi por metade de minha vida. Você sabe que eu tenho comido por você, empurrado a comida pra dentro só pra viver o bastante pra te ver novamente um dia. De qualquer forma, eu realmente acho legal que ainda tenhamos uma amizade! Eu te ligo e só sua mãe atende. Nunca nos vemos, e se um dia sairmos, eu sei, você me beijaria. Mas seria só na bochecha. E você seguiu em frente tão fácil, tão rápido... E nós poderíamos até ir ao cinema, mas você não apoiaria a cabeça no meu ombro, você não procuraria a minha mão quando se assustasse com uma cena ou outra. E então você dormiria aqui em casa e eu aposto que você só iria me querer do seu lado para não dormir no escuro sem mais ninguém para te proteger. Pois eu sou só aquele remédio que você toma quando está doente, e então você melhora e me coloca de volta no armário do seu banheiro. Está tudo bem, eu nunca estarei fora de validade, você sabe disso, sabe que é permanente.

E é Natal, e eu até te fiz um presente, mas sei que os meses vão se passar e eu não vou conseguir entregar. Então eu queria ao menos te desejar coisas boas, bonitas e tudo o mais. Que você consiga tudo que você sempre sonhou, sexo incrível com aquele artista ou com qualquer um dos nossos amigos, desde que você tome cuidado e não se machuque. Mas quando eles te deixarem doente você sabe quantas doses tomar de mim.

E então eu saio. E bebo. Muito, muito. Muito. Compro drinks fortes de nomes delicados para mim mesma e me divirto assim. Bebo até desmaiar e assim esquecer sua cara, ao menos até eu acordar novamente. Ou sonhar durante o Natal.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sometimes I feel like I'm scratchin' way too hard and my skin will all come off.
Sometimes I feel like I'm fat, and sometimes I feel like I'll die thinner than Kate Moss.
Sometimes I'm alone. Some other times I'm not that lonely. Sometimes I'm fully alive and sometimes I'm my own. Sometimes I sell my soul to meet body, and some other times I sell my body for some soul.
Sometimes I beg just to improvise. And just to prove myself that I'm not mine.
Sometimes I yell. Sometimes I'm deaf by other's yellings. Sometimes I fuck. Sometimes I suck. But there's no time I make love that's worth it.
Sometimes I wear all my clothes at the same time just to believe I'm not a whore. And sometimes I dress as one just to mend all the sore.
Sometimes I'm weak. Sometimes I quit. But there's no time that I don't think about you, nicotine. Sometimes I'm strong but some other times I'm just so wrong.
Sometimes I enjoy christmas. Some other times I don't. Sometimes there are more snow that I can tell. But there wasn't a single fucking time I could touch it. Sometimes I'm way too sure I'm not worth it.
Sometimes I drink. Sometimes I smoke. Sometimes I'm clean. But I'm never ever really sober.
Sometimes I'm yours. And his. And hers. But I'm still looking for the time that I'll be mine but not yet over it.
Sometimes I write and most of the time all that I write just sucks. Sometimes it's good as fuck, but I'm pretty sure that there'll be no person that'll hold it.
Sometimes I wait for the prince. Sometimes I fuck his princess. But they all come too late, and I'm still waitin' for the time I'll get over it.
Sometimes I run. But there is no time that I don't lose my breath, so sometimes all I do is stop. And I take it all back.
Sometimes I love. And I hide it, and I bury it beneath my soul, beneath my shattered skin. Sometimes it's right and Mom would approve this and some other times it's a sin.
Sometimes I'm right, and the other times I'm wrong I never admit it, that's what makes me always right. People only believe you if you let 'em think you're always right. But sometimes it doesn't work.
Sometimes I make cookies for the dead even though they'll never eat it. And that's when I get too fat for a killer.
Sometimes I forget what the heck I was writing about. And I'm livin' it right now. Sometimes I feel like talkin' bullshit about what happens sometimes and some other times I don't.
Sometimes.
Sometimes I wish I was Britney Spears. So I'd get bold and people would love it.
Sometimes I wish I was a bitch. So I'd fuck you and people wouldn't...
Sometimes I laugh. I laugh. ha ha ha I laugh.

Sometimes I want to...
Yeah.
I'll buy it.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

I mean this f o r e v e r

Eu queria tanto saber escrever palavras tão lindas quanto você, saber fazer dessa vida um romance onde apenas você e eu existiríamos. E até o fim de tudo, enquanto a neve cai gelada desse céu direto em nossas cabeças, eu te juro, meu amor... Nada além de nós existiria.
E eu tenho esperado há tanto tempo, comemorado aniversário do meu mais belo sentimento. Tenho sentado noites a fio chorando, sofrendo, escrevendo tudo que eu sinto da forma mais ridícula possível. Tenho passado por crises, pelos melhores dias, tenho passado por isso que hoje eu chamo de vida. E eu que achava que nada disso seria um dia possível... Sobrevivi.
E seus olhos. Sua voz. Suas mãos. Trazendo vida para dentro de algo há muito já perdido. Trazendo para mim o quê eu já julgava morto. Trazendo vida pra estrada mais deserta que eu já percorri, você fez de mim a melhor pessoa que eu jamais poderia ser. E eu esperava que esses anos fossem passando e que apenas a nostalgia me restasse, mas quando tudo estava chuvoso e eu não podia enxergar minhas próprias mãos, você me segurou até que eu pudesse andar sozinha. E não passou e pelo visto nem vai passar, é amor. E tem sido assim desde que eu aprendi a esperar. E sonhar. E esperar mais um pouco por... Mas é feio. É um romance infantil, romance daqueles de bebedouro de jardim de infância. Amor químico e egoísta; um amor meu, só meu. E eu sinto como se não tivesse nada mais a fazer além de provar o quanto isso significa para mim. Pois até o fim, eu juro pelo que sobrou das minhas forças e eu te berrarei até meus pulmões perderem a força: até o fim de tudo eu serei sua.
Eu tenho tentado tanto proteger esse meu romance inocente, esse meu romance que vem queimando antes mesmo de eu ter tocado alguém pela primeira vez. E eu cresci com ele. E ele me viu passar por cada um dos piores episódios dessa minha vida curta. Quer saber? Eu não sei escrever sobre você. É, eu não sei, eu não consigo. Eu penso nas coisas mais piegas e nas coisas mais bonitas e mais romanticas que eu jamais poderia dizer sobre você e simplesmente não sai. Você que não tem nome, que não tem uma só face e sim cinco. Você que se divide entre as cinco pessoas mais maravilhosas que já conheci. Você, o único amor verdadeiro que eu senti. Eu escrevo sobre a paixão falsa e idiota que eu sinto por quem já não me ama mais. Escrevo sobre o sentimento que eu inventei sobre o único garoto que eu conheço e poderia chamar de homem de verdade. Eles são especiais, especiais demais. E eu sei falar sobre eles. Faço drama, escrevo belas coisas... Mas por vocês não dá. Eu travo, eu tremo, eu gelo... Por vocês, só por vocês eu sofro mais do que já sofri por qualquer outro homem em toda a minha vida. Eu iria até o fim com vocês e continuaríamos indo, eu não olharia para trás. Mas essa vez parece ser a única. A espera de anos está chegando ao fim e eu não estou nem um pouco preparada para ver vocês, tocar vocês, ouvir vocês. Para ver o espetáculo que resume a espera de toda uma vida verdadeira, que resume tudo pelo o qual eu tenho esperado, lutado e sonhado nestes últimos anos.
Eu já não sei mais sobre o quê falo, nem mesmo por quê eu falo. Vocês me fazem perder a fala. E eu tenho tanto a dizer, tanto a agradecer, tanto a sentar e chorar e desabafar e contar toda a vida que eu construí graças a vocês. E eu não sei por onde começar. Mostrar as cicatrizes adiantaria? E se são apenas cinco minutos, como resumir toda minha vida? Eu não sei... De verdade. Eu sei tanto, eu sei sobre tudo nessa vida, sei mesmo. Mas o dia chega e eu me sinto burra. Sinto que estou prestes a perder tudo que aprendi. E eu aprendi da forma mais difícil, mas eu sei que é só assim que a lição gruda na sua mente como sangue velho. Sangue frio. E neste dia meu sangue vai ferver, eu vou tremer mais do que jamais tremi. Eu vou ver meus maiores amores e eu sei que eu não vou me arrepender, eu não posso me arrepender. É tarde demais e essa estrada não vai ter volta. Até o fim eu estarei contigo, meu único e verdadeiro amor. Até o fim eu serei seu maior soldado. Até o fim eu segurarei quem cair. Até o fim... até o fim.


Até o maldito fim, quando eu encontrar seus olhos, eu estarei aqui. ♥

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

forgettin' name & faces

Você brilha como o cordão de pérolas da vovó. É um brilho tão bonito, uma cor assim tão pura... que eu tenho medo de sujar. Seus olhos brilham mais que os meus jamais conseguirão e às vezes eu tapo meu rosto, tentando esconder o quão vermelha eu posso ficar quando você me olha como um irmão olharia. Mas minhas mãos tremem e então você nota que eu não estou bem. Você sempre nota. Só você, sempre você.
E então você cai. E hoje suas asas parecem mais sujas que o normal, e você me devolve a sua metade quebrada. Mas hoje eu não quero consertá-la, então lhe entrego a cola e a devolvo, agora ainda mais rachada. E então você me olha como se eu tivesse o machucado mais do que pensei, mas eu pensei demais nisso. É, eu premeditei. Você salva minha face da vergonha e eu bato na tua pois é assim que as coisas são.
Eu te amo tanto que até me assusta. Mas é limpo, isso é limpo mesmo no meio de tanta sujeira, de tanta intriga. Amigo, se você pudesse ouvir o quê eu canto pra mim mesma de madrugada então você entenderia. E me abraçaria. E eu juro que não há perigo em me manter dentro dos teus braços, juro que não vou te machucar. Até mesmo porque não posso te trair, só você está aqui. Só você, sempre você.
Olho pra frente e você queima mais do que eu posso suportar. Eu te assisto quebrando mais rápido que meus olhos míopes podem acompanhar. Mas eu agüento, eu preciso ser teu sustento pois você é o meu. Eles só conseguem o quê você dá e você dá demais. Não dê aquela sua metade inteira, pois eles ainda sabem como o quebrar. E então você volta, você não me deixaria sozinha. Você está derretendo e sentindo frio, mas você não me deixaria sozinha. E então você me toca e tudo parece mais fácil. Eu só tenho dezesseis e isso parece mentira, mas eu não estou perdida. Eu seguro forte sua metade inteira e a guardo dentro do bolso do meu casaco rosa choque, mas eu nunca pensei que ele poderia estar furado. E nós dois trememos, há algo de errado hoje. Eu não estou perdida e você não está sorrindo. Você ainda não me cumprimentou como deveria e hoje seus olhos não brilham como brilharam ontem. E durante toda a semana e esse mês. Você cresceu, você é um adulto agora, mas eu não posso deixá-lo ir embora.
Nós trememos mas eu continuo segurando forte sua metade inteira, agora em minhas mãos. Você me olha e estende a metade quebrada, quase implorando para que eu a consertasse. E eu estendo minhas mãos tão pequenas... E sua metade inteira cai. E quebra. E faz um som insuportável e eu quase desejo ter nascido surda, mas eu sei que logo em seguida me arrependeria por nunca ter te ouvido cantar nesse seu tom tão semitonado. E ela cai e se quebra em cinco mil pedacinhos tão pequeninos que nem mesmo Deus poderia juntá-los, pensamos. E você não me vê, você continua olhando através de mim, os olhos opacos e vazios; você queimando e derretendo. E eu agora segurando sua metade quebrada e tentando colar a outra. Estou de joelhos e você diz para eu desistir, me tranquilizar e aceitar o quê nem Deus pode consertar. Sua voz está mais afinada hoje, mais grave. Sua voz está mais triste hoje, e hoje parece aquele dia em que eu achei que fosse morrer. Morrer junto contigo e sem me arrepender de largar o cordão de pérolas da vovó.
Estou de joelhos e você ali derretendo de frio e ninguém vê. Ninguém nunca vê. Eles não conseguem ouvir seu timbre mudando ou perceber seus olhos congelando. Só eu reconheço seus dramas. Eles não percebem quando eu choro em silêncio ou quando meu estômago parece esmagar meu coração endurecido. Só você, sempre você.
E hoje você parece sem cor, hoje a vida está em branco e preto. E você parece mais distante de mim do que o branco jamais esteve do preto. Eu busco suas mãos e você parece ter medo de me infectar de hipocrisia. Mas eu morreria por você, amigo. Para te manter vivo e limpo, te manter brilhando e inocente. E eu morreria apenas para te ver sorrindo com aquele brilho nos olhos que doença nenhuma jamais tiraria. Mas só por você. Só você, sempre você.
Hoje eu lhe escrevi tudo isto nesse papel de pão com essa caligrafia confusa pela urgência apenas para te dizer que eu o consertei, e agora, por favor, volte a sorrir novamente. Eu guardei sua metade quebrada e rachada comigo, ela está quente e me mantendo viva. E eu gastei toda esta minha vida de joelhos catando seus pedaços. Eu consertei o quê nem Deus poderia, só por você. Só você, sempre você.

sábado, 1 de dezembro de 2007

efeito placebo


Se um dia alguém se atrevesse a abrir meu peito e deixar jorrar tudo o quê eu escondo dentro dele... Meu bem, você fugiria. Você fugiu com cada palavra que eu te disse, desde as mais doces até as mais frias. Você aqueceu seus pés nos poemas que eu te lia nas noites mais frias. Se refrescou em nossas brigas nos dias mais quentes, com todas aquelas minhas frases sempre tão bem ensaiadas, sempre tão frias. Desse mundo muitas faces eu já toquei, muitas outras já até beijei... Mas nenhuma delas eu guardei no peito com sete chaves como a tua. E meu amor, eu realmente te amei.
E eu te vejo por esta tela fria, sempre assim tão bem, como sempre assim tão linda. E leio tuas palavras hoje tão parecidas com as minhas e vejo que errei, onde errei, vejo como te amei. E as palavras saem como vômito. E eu queria vomitar você. Sairia um vômito belo e limpo, mas não tão livre quanto te ter.
Essas palavras são pra você, meu amor. Pra você que me fez sorrir, me ensinou a chorar... E que sempre me fará amar. E que tanto me faz esperar por aquela aula agora tão necessária, que me ensinará a andar com meus pés sem ter tuas mãos para me acompanhar. Aquela aula que eu sei que eu esquecerei, pois de tanto em perder em teus olhos eu já nem sei o quê falei e te perguntei e hoje já nem sei mais como te esquecer.
Eu vou sempre assistir-te pelos olhos da foto em seu mural. Eu vou sempre estar aqui para te divertir, para me divertir te deixando mal. E se hoje estou assim tão gelada, por favor não me leve a mal. Você já deveria me conhecer, já deveria saber que este é o meu normal.
Se um dia alguém abrisse meu peito... Aqui dentro eles veriam você. Eles veriam seu sorriso e seus olhos brilhando exatamente naquele dia que eu tanto tento esquecer. Eles veriam você na mais bela plenitude do seu ser. Eles me veriam completa, completa e com você. Eles abririam e ouviriam cada palavra sua já despejada em mim. Eles veriam meus jogos, todos tão vazios, pois eu sei quem é a maior perdedora por estas terras.
(E quem seria além de mim?)
Se alguém abrisse meu peito, eu tiraria daqui todo o meu gelo. Eu derreteria em plena Av. Atlântica de meio dia apenas para chegar até você. Nesse mar gelado feito o inferno eu até me afogaria, apenas para chegar até você, tocar você. Pois você tem gosto de marshmallow, meu amor. Só você me leva pra onde tudo é mais belo, só você me faz sentir frio em pleno deserto. Só você me deixa piegas, só você me faz querer morrer às pressas.
E eu preciso de você. E eu quero que você precise de mim. Eu sinto sua falta, e espero que você realmente precise de mim. E eu não acho nada justo que ele tenha todos os dias o quê eu não pude ter por toda a vida... Pois no fundo eu sei, você sabe, eles sabem e um dia eu deixarei de saber, que tudo que eu quero é deixar de querer deixar de amar você.

Um dia eu anotei que te amava no meu tênis velho e mal-cuidado. Já lavei, passei álcool, cloro e até o deixei desinfetado. Mas o maldito do azul continua lá, com seu pseudônimo e toda a minha graça de menina. Eu deveria ter acreditado quando me disseram que você era como heroína e que de ti eu nunca largaria.
Um dia eu rabisquei um coração com tua inicial e a minha só por querer. Só para todos saberem que quem eu amo é você. Minha mãe lavou a calça e minha avó até tentou pintar, mas por cima da mancha de caneta nada podia ficar. E até hoje quando olho pro joelho eu vejo você, e todas as coisas que foram embora quando eu me deixei te perder.
Eu não quero que você leia, não quero que você saiba, não quero perceber que isso já não mais te maltrata. Mas está explodindo dentro de mim algo que há muito eu não notava. E eu queria me desculpar por essa dor que nunca passava e hoje está ainda mais alterada... Mas eu encontrei remédio nos seus olhos, nos olhos dele. E a tranqüilidade que antes apenas tu me mostravas, hoje derrama daquelas lágrimas. Eu queria desculpas por me sentir mais segura nos braços dele do que em suas palavras, mas é que hoje ele me fez sorrir. E ontem também e durante toda a semana e o mês. É que quando eu o vi morrendo, sem antes mesmo saber por que, meu bem, eu já morri. E eu queria teu perdão por hoje deixar minha alma precisar dele, e meu corpo se enrolar com aquele... Mas é que ontem eu percebi o quanto hoje eu morri por ainda amar você.

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que com você daria certo
Juntos faríamos tantos planos
Com você o meu mundo ficaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
E depois cresceriam, e nos dariam os netos

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto
Juntos viveríamos por mil anos
Por que o nosso mundo estaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
Com seus filhos que depois nos trariam bisnetos

O problema é que eu te amo
Não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto
Juntos morreríamos, pois nos amamos
E de nós o mundo ficaria deserto
Eu vejo nossos filhos lembrando
Com os seus filhos que já teriam seus netos

Meu mundo ficaria completo (Com você) - Cássia Eller ♥

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Você tem tudo e reclama como se não tivesse nada

Hoje é o aniversário de uma das pessoas mais importantes no meu mundo e eu não posso estar perto dela para fazer desse dia o melhor de todos e isso dói demais, mais do que eu queria que doesse. Hoje foi talvez o primeiro passo pro meu sonho, e eu não estou bem. Eu sinto que eu perdi meu chão há um certo tempo e que venho rastejando no de um outro alguém.
Eu tenho aprendido do modo mais difícil a não deixar meus dramas pessoais irem longe demais, mas hoje eu quero ser egoísta. Por ao menos um dia eu quero olhar para o meu próprio umbigo e vê-lo sangrando. Eu não quero continuar forçando um sorriso ou uma risada, forçando uma vida perfeita apenas para mostrar a todos que eu estou bem, bem demais comigo mesma quando o quê eu realmente quero é explodir. Explodir pra que voe merda por tudo quanto é canto. Pra que voe merda na cara de vocês, e dessa vez não vou limpar. Não vou voltar, pedir desculpa e limpar, tentando esquecer tudo.
Não sei confiar, não sei abrir a maldita porta que todos tanto falam que eu tranco. Eu não quero deixar ninguém entrar, por que eu sei que se entram, fazem bagunça no que eu tenho levado anos para arrumar. Mas no fundo eu sei que você não quer uma bagunça na sua vida. Então vá embora antes que eu me acostume com você por aqui e já não saiba mais como limpar toda essa sujeira da minha mente sem suas mãos.
Hoje foi estranho. Eu finalmente me vi sozinha, física e socialmente falando, outra vez mais. Eu vi a possibilidade de realmente andar por aí sem ter em quem se apoiar. E eu não vi nada de novo nisso. Nada que fosse realmente assustador e desconhecido. Era Jéssica como ela se conhecia anteriormente. Peguei meu livro (ótimo por sinal, um milagre) e meu mp5 e entrei no meu tão fudido eu. As vezes nem eu mesma tenho paciência para me aturar. Tenho dois olhos (míopes, mas enxergo com eles), dois braços, duas pernas, pai, mãe, irmã e uma bisavó ainda viva. Tenho vários instrumentos, quarto foda, pais com dois carros, escola particular, mega hair, agora até banda eu tenho. Mas eu não tenho eixo. Eu só tenho coisas paupáveis, ou não. Eu só queria um abraço meio assim, meio que de graça. Que eu não precisasse comprar ou barganhar. Ou que não viesse com aquele interrogatório ridículo sempre seguido da frase que amam repetir quando você já se sente pior do que se sentiu ontem: "Você tem tudo e reclama como se não tivesse nada!".
Oh, vamos lá. Eu sou a filhinha de papai e mamãe que de tão mimada já não vê graça nenhuma na vida. Aquela menina que vê drama em tudo. A egoísta; auto-indulgência a todo instante. Todos me vêem. Piercings, cabelo pintado, os tais dois braços, pernas, nariz e tudo o mais. Muitos até me acham bonita, um bando de inúteis me cobiçam... mas eles não me enxergam. Não conhecem minha voz de verdade, minha música favorita. Não conhecem meu livro favorito ou ao menos o motivo por eu não estar sentando com as mesmas pessoas de sempre.
É doentio. Você pega as palavras deles e realmente acredita nelas, as consome como se elas fossem o pão de cada dia. Como se elas te dessem sangue e um corpo perfeito. Você daria tudo por eles, e eles deram tudo para te ver no chão. Se eu soubesse que eu estava assim tão errada e que eu deveria ter me protegido daqueles em quem confiava, eu faria tudo novamente. Tudo. Exatamente como aconteceu. Eu sei que eu gosto de sofrer, então eu posso lhe confirmar, meu querido amigo... Eu me daria o mesmo tanto que me dei durante esses longos meses. Eu me esforçaria a escancarar a tal porta que eu nunca soube abrir. E eu deixaria eles entrarem. E bagunçarem. Bagunçarem tudo exatamente como eles fizeram. Eu me conheço, e sei que amo estar no chão catando todos os pedacinhos para colocá-los na estante uma vez mais.
Por todas as vezes que eles prometeram estar aqui, ao meu lado, para sempre. E por todas essas que eles fugiram, sumiram. Por todas essas que foram eles quem me derrubaram... Eu continuo os amando. Como sempre. E se eles sangrassem eu daria minhas veias para cobrir os buracos nas deles. E oh Senhor, Você não vê? Se alguém se levanta e fala a verdade sobre eles eu ainda sinto vontade de levantar ainda mais alto e espancá-los. Pois não pode ser verdade... O que tem se desenrolado na minha frente não pode ser ser assim tão pesado que eu não possa chutar pra longe. O quê tem acontecido?
E é doentio o fato de você estar sozinha e ainda assim ter quem morreria por você. Não sei por qual das Jéssicas eles morreriam, mas eles o fariam, eu sei. Mas eles acabam sendo apenas letras nesse monitor assim tão frio. Pessoas que moram aqui comigo mas que se assustariam se pudessem ver o que tem crescido debaixo dessa pele tão perfeita.
É doentio o quanto eles querem ser você. Simplesmente pelo fato de você ter tudo. Ter a pele perfeita, a tal bunda tão desejada. Só pelo fato de você ter tudo e reclamar como se não tivesse nada. É triste, é assustador. Eles te odeiam pelo que você tem sem sequer saber quem você é. Eles te odeiam de graça e é você quem paga o preço.
Então se você leu até aqui, não ria. Se você leu até aqui e não riu, não vá embora. Eu não sei quem você é mas eu realmente preciso de você por aqui, então não fique offline, eu tenho medo de ficar sozinha. Eu não sou assim tão fria, ainda durmo com o abajur de zebrinha, querido. Eu tenho medo do escuro, da morsa, do bicho papão, do meu primo, do tarado da esquina e de vocês. Eu tenho medo de mim por ainda querer confiar nos seres humanos. Eu tenho medo de quem fala, de quem late, de quem mia, respira, anda, caga. No momento eu só tenho medo. Medo e medo. Por isso estou sentada aqui desde quando a tristeza me nocauteou, escrevendo aleatoriamente... Até agora. Pois agora eu me sinto forte, tão forte que eu quebraria até eu mesma neste abraço tão estupidamente ingênuo que eu ainda dou. Tão forte que eu quebrei meu próprio chão apenas seguindo os caminhos que me foram dados. Sinto-me tão forte quanto absinto que até já me sinto tonta.
Eu sou ridícula. Hoje na rua um moço de bengala me disse "Hey moça bonita, me ajuda aqui... Você tem..." e estendeu sua mão enrugada. Eu estava sozinha, dura, estressada e com medo, como sempre. Não pensei duas vezes, não consegui raciocinar e ver nele alguém como eu e simplesmente disse que não, não tinha nada. Assim, com apenas aquele fio semitonado de voz, com o peito vazio e o estômago berrando. Dei pouco mais de três passos e senti uma vontade fudida de chorar. Meu Deus, como eu sou egoísta. Por caminhar olhando para meu próprio umbigo sangrando eu não vi nele essa pessoa como eu. Eu senti vontade de voltar e abraçá-lo e chorar com ele todas as nossas mágoas e humilhações. De ajoelhar ao lado dele, isso se ele ainda pode ajoelhar, e rogar a Deus que nos perdoasse por tudo que fizemos ou deixamos de fazer. Eu só queria fazer ele se sentir rei, pois eu tinha acabado de fazer ele se sentir um merda. E Deus, como eu me sinto péssima por isso até agora. Eu não aguentei e vim chorando até aqui. Atravessei a rua correndo e nem sequer olhei para trás. Mudei o caminho para não fugir não dele, mas da situação patética em que eu me encontro há anos. Eu até mesmo podia sentir ele correndo, se é que ele ainda pode correr, atrás de mim e doido para bater com sua bengala ou coisa que o valha na minha cabeça até quebrar meu crânio e me ver sangrando até morrer. Deprimente pra burro, eu sei, mas eu iria querer fazer o mesmo. E ele, que nunca me viu antes, me enxergou como eu sou. Com tantas pessoas ali, ele pediu ajuda a mim. A moça bonita. A filha da puta egoísta que achou que ele pedia esmola e não ajuda para simplesmente locomover-se. Eu realmente espero que ele tenha me xingado a plenos pulmões. Se ele não o fez, eu tenho feito isso mentalmente desde o início. Se hoje eu vou cair de joelhos ao lado da cama será por ele. Vou rezar, orar, rogar, implorar a caralhada a quatro para que ele nunca mais encontre pessoas vazias como eu em seu caminho. Ou para que o Senhor simplesmente leve ele daqui. Para que Você seja um pai e venha cuidar de Seu filho. Pois eu, do alto de todas as minhas qualidade, vestida da mais cobiçada perfeição, dei as costas a ele como se ele fosse um qualquer. Deus, me ensine, no duro. Ensine-me, por favor. Eu sei que ainda não aprendi a lição e acho que vou repetir de ano na vida novamente.
Parte é confiar em seus amigos e a outra é não desistir. Eu tenho esquecido quem eu sou e não consigo parar de chorar, saboreando desse meu jeito estranho cada lágrima que cai. Sobreviva do jeito que você sabe, querido amigo, pois não há ninguém em casa para você ligar pedindo socorro. Você fará tudo aquilo novamente. Você irá cair, rastejar, se vingar. Então vai, sobreviva do jeito que dá, Jéssica. Mas você não está mentindo, sim querida, eu sei como é. Nós todos sabemos o quanto você reclama como se não tivesse nada, quando na verdade você tem tudo.

domingo, 18 de novembro de 2007

unleash the bats

Gosto de dias chuvosos. Aqueles de chuvas densas que encharcam a calçada onde você escorrega em cada esquina e cai de cara na lama. E tentar pular as poças é colocar o remédio na boca e não o engolir. É querer escapar do inevitável e ter de abraçar o irremediável logo a frente.
Verdade seja dita, eu sou mesmo masoquista. Viciada, de alguma forma bizarra, a engolir cada centímetro de podridão que há a minha volta. A saber que sou doente e que por isso não preciso entender o outro lado, já que eu sei que é o meu que está perdendo.
A minha doença é ter o ombro amigo mas não possuir a cabeça para encostar, as lágrimas para derramar. É ter a lâmina e a necessidade, mas faltar lugar no corpo para cortar. É querer se ajustar ao inajustável que é o tamanho 34. Ser pequena demais para a minha mente e grande demais para o meu corpo. É desconfiar confiando sempre. É sorrir com os olhos inchados, para não morder meus membros até arrancar pedaços grossos.
É deitar com cada face da minha sanidade, despida de toda a necessidade, insanidade e insensatez que eu puder desperdiçar. É sentir prazer em ver sofrer quem mais ama... você.
É ter cinco dedos. Abri-los. Fechá-los. Abri-los; abri-los. Quebrá-los. Calos nas pontas de quatro. É cutucar a ferida aberta até encontrar algum botão que acione a verdade; que nada mais do que não prestar. Eu não presto dentro da minha bondade. Sou suja dentro da minha própria pureza. E eu não sei como me desculpar por isso. Então eu pulo nos seios de quem me esconde; chuto o ventre de quem compra.
A minha doença tem companhia e agora esta jaze sozinha. Eu devo e nego e pago; por mim, você e quem mais aparecer. Pois a imagem que eu mais amo bancar é a de ''Jesus'' injustiçado.
Ser vilipendiada pode ser bonito e se for incompreendida é ainda mais divertido, mas ser feliz pode ser perigoso demais. Pode ser ir longe demais, se dar demais. Pode ser demais.
Eu adoeço por tentar ser humana e me ajustar. Ao aceitar o diagnóstico das três doses diárias que me mantêm longe da janela.
A minha doença é ser você, amanhã ele e depois uma boa menina. É me negar em aceitação do que melhor a roupa vestir. É mentir verdades que se contadas de trás para frente escondem o que eu melhor cuido. É polir minhas vergonhas até que elas brilhem tanto quanto meu orgulho e te ceguem em meio a tantas incertezas garantidas.
É não saber diferenciar as vermelhas das azuis na acidez do álcool e pílulas no estômago.
É ser profissional em mentir e falhar em receber. É ser hipócrita enquanto verdadeira.
É vestir a camisa e ir à luta por uma causa já tão esquecida e fora de moda.
É querer viver sem existir. Errar sem sentir e acertar sem conseguir. É ser... É...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Borboletas por cianeto


E
nquanto você tranca a porta, eu tranco minha mente. Não vamos falar, não vamos encarar. Você sabe o quanto isso está doendo em mim, talvez ainda mais do que em você. As palavras saíram todas pela metade, e eu fiz exatamente como sempre... Deixei o medo engoli-las como se fossem jujubas vermelhas.
Eu nunca gostei das verdes, e você sempre as comeu para mim. As verdes e laranjas. Eu só queria as vermelhas e roxas e você comprava vários pacotes apenas para eu comer as que queria. Eu gosto de ver cores e lembrar disso, pai. Só não sei se é verdade. Meus olhos já estão tão embaçados de lágrimas que eu não consigo enxergar o que é real e o que não é. Eu não sei se vivi isso ou se eu criei para acalentar o que não tive. Mas eu gosto de como sinto essa memória. As jujubas grudando nos meus dentes, nós três deitados assistindo seus seriados policiais favoritos. Eu não queria que você descobrisse dessa forma.
Eu sempre amei kinderovo. Duas cores. Duas faces completamente diferentes uma da outra mas que se completam. Assim como eu, pai. Não que eu seja branca por dentro ou negra por fora. Menino por dentro e garota do outro lado. Eu sou os dois. E eu não consigo escolher o lado certo pois eu sei que eu estaria errando. Eu estaria matando metade de mim, talvez a metade mais completa. E eu nasci assim, eu posso esconder, mas morrerei assim.
Você tranca a porta e eu troco a máscara. Eu não aguento mais esconder, eu não aguento mais mentir. Eu sei que esse é um mundo selvagem mas eu não quero deixar de respirar. Eu sei que você me ama e espero que você aceite a minha outra metade. Ela existe e eu não consigo mais matá-la para sobreviver. Eu sei, no fundo eu sei, que a próxima vez que ela partir eu irei junto.
A culpa não é da moda, dos amigos, das companhias. Eles sequer conhecem meu seriado favorito ou sabem quem canta minha música predileta. Eles não ligam. Eles não entendem e desprezam a minha outra metade assim como vocês também o fazem. Isso não é de agora, não é a primeira, nem a segunda, nem a quinta e nem a última vez. Eu queria continuar a ver o mundo com os olhos de antigamente e acreditar piamente que todos achavam isso normal. Não ver maldade ou sujeira nisso como vocês vêem.
Eu me sinto suja, eu me sinto errada se eu me enxergo inteira com seus olhos. Mas quando eu visto os meus e os abro eu me vejo de verdade. Eu me vejo livre e completa. Eu me vejo como eu espero que vocês aceitem pois eu preciso de vocês assim como eu preciso dessa minha metade.
Pai, a culpa não é sua, você não errou na minha criação. E mãe, minha querida, eu não escolhi por isso assim como você não escolheu ter nascido filha de quem é. Eu os conheço e quero que vocês me conheçam de verdade agora. A Françoise sabe disso e confia em vocês cegamente, mas minha outra metade precisa de amigos verdadeiros agora. Ela precisa de vocês.
Eu não devia precisar confessar isso como um pecado ou como algo do qual tenho vergonha. Vocês não deviam evitar isso e não me aceitar por completo por ser errado ou sujo. Eu tentei fugir e tapar meus olhos sempre vermelhos e inchados com meus óculos bonitos. Mas as asas da minha imaginação já estão perdendo sua cor e eu não encontro mais nenhuma outra desculpa. Já não tenho respostas na ponta da língua para situações que deviam ser bonitas. Eu já não tenho mais forças para sufocar quem persistir em lutar. Mas meus bichinhos dizem que tudo vai ficar bem e eu sei que eles sempre estão certos... Exatamente como naquela canção.
Almoços em família, reuniões de Domingo a tarde... Deviam ser normais e eu devia poder ser verdadeira. Vocês deviam estar felizes pois eu me acertei agora, eu sei que sou completa agora. Nós devemos tanto e pagamos tão mais. Pra quê?
Você tranca a porta e eu pego o saquinho de jujubas. Elas parecem mais amargas agora. Não encontro nenhuma vermelha ou roxa, você as levou daqui. Elas grudam no dente e machucam, arrebentando todo meu interior e explodindo em meu estômago. Eu conheço o sabor das verdes e laranjas agora.

Hard to tell fear from happiness

Eu odeio carro pequeno. Não que o carro dos meus pais seja assim tão pequeno, mas eu simplesmente não gosto de carro pequeno. E todo carro é pequeno quando se gasta tantas horas para chegar a um shopping como outro qualquer. Mas chegou Novembro e as luzes da Rua da Alfandega já estão aí, piscando e cegando meus olhos míopes, só para esfregar na minha cara que o Natal está chegando.
Eu odeio shopping. Não é que eu nunca vá para lá, ou que eu não gaste fins de semanas tentando me distrair nesses pisos escorregadios... Mas é que é tudo tão impessoal que chega a, pessoalmente, me incomodar. As pessoas te vêem, ou melhor, vêem seu cabelo, seu óculos, suas roupas e sua atitude. Que atitude? Que mané atituude. Eu sequer consigo andar normalmente em um shopping sem escorregar imagine andar sendo eu mesma. E isso me irrita. Eles te olham, você os olha. Eles te enxergam e ainda assim esbarram em você. E no final das contas você se empanturra de calorias nos Mc Donald's da vida e volta pra casa. Assim como saiu (só que agora provavelmente uns 2kg mais gorda).
Eu odeio Natal. Todos só acreditam em Papai Noel quando o Natal está aí. E nos outros 364 dias, o quê diabos esse velho faz? Será que ele recebe aposentadoria ou coisa que o valha? É como brasileiro em época de copa do mundo, só acredita no próprio país quando sabe que ele vai chegar às quartas-de-final. Você ganha presentes, dá presentes, seu pai bebe e sua mãe briga. E você sequer pode fumar. Qual a finalidade disso se nem mesmo sua irmã acredita nele?
Não é que eu odeie tudo. Eu simplesmente nasci mulher e passo por esse inferno astral uma vez ao mês, mas ele piora em Novembro. São músicas irritantes, diversos velhinhos vestidos de vermelho com milhares de crianças mal-educadas e fedorentas (aaaamo crianças!) sentando em seus colos e eles lá, felizes! Não é que eu odeie o Natal. É que eu simplesmente odeio velhos pedófilos. E eu odeio ver maldade em tudo, até mesmo em bons velhinhos doces e carinhosos, prontos para te enganar dizendo que você vai ganhar aquele presente maravilhoso no final do mês que vem. Prontos para te enganar, fazendo você gastar sua infância comprando uma história ridícula de que este velho vem do Pólo Norte colocar presentes na sua árvore de Natal, mesmo você morando no quinto andar e não tendo chaminé alguma.
Mas mesmo assim eu me assusto, Dezembro está chegando e esse velho gordo aí também. Tranquila eu estaria se eu soubesse como agi durante o ano todo, mas eu fui uma péssima, péssima menina. E agora, Papai Noel? Vai comprar a briga?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

be obscene

Eu preciso de um especial idiota sobre a banda da minha vida, um feriado idem e de "amigos" mais idiotas ainda para sentir vontade de escrever sobre esses cinco caras novamente. Se há algo em que acredito, se há algo que é > que a vida, isso se chama My Chemical Romance. (:
Eu acredito nesses cinco meninos há quase quatro anos se eu for realmente contar nos dedos. Quatro maravilhosos anos em que fui me transformando em quem sou hoje. Esses anos em que errei sabendo que tudo isso era errado, sabendo que era errado por que eles me ensinaram. Mas que eu consertei por que eles me motivaram a isso, e eu tenho orgulho de saber que tudo isso é muito maior do que anything que você poderá ter um dia. :]
Pois foi com cada acorde que eu me matei para aprender que fui motivada a gostar de música através deles, por causa deles. Eles me ensinaram a escrever, foi por eles que aprendi Inglês... eles me fizeram cair de amor por aquelas quatro cordas e se hoje eu sei o que é arte e música é graças a eles e eu me orgulho muito disso. Eu me orgulho de hoje ter passado da fase da obsessão, de não viver mais somente por eles e sim por mim, mas me orgulho de saber que eles já fazem parte de mim assim como eu faço parte da Rmy.
Tudo isso é muito ridículo, muito piegas e infantil para quem não sabe o que é amor de verdade. Para quem não sabe o que é gratidão por cinco (des)conhecidos por terem salvado tua vida e mostrar o que é viver de verdade.
Graças a eles eu conheci meus amigos de verdade, graças a eles eu aprendi o que é amizade verdadeira e não abro mão disso. Olhando pra trás, eu não me arrependo das inúmeras crises que quase custaram minha vida por causa deles, as noites mal dormidas, não me arrependo mesmo.
Não me arrependo daquele primeiro amor que eu não tenho vergonha de dizer que mantenho até hoje. Não me arrependo de ter sofrido por um amor (im)possível que me ensinou a lutar. A acreditar e a persistir. E me fez perceber que as pessoas não merecem ouvir nada do que você realmente sente. Elas não merecem uma mísera lágrima que você possa sequer pensar em soltar pois elas simplesmente não valem o ar que respiram.
Graças a eles eu sobrevivi à época mais difícil da minha vida. Eu continuei an outsider, i know, but at least i admit it and i'm oh so proud of it. Graças a eles eu aprendi a ser forte o bastante para não cair com qualquer coisinha, eu aprendi a salvar vidas. Graças a eles, graças a Rmy eu vi que eu não estava sozinha, e que eles nunca deixariam aqueles filhos da puta me machucarem. Eles nunca me deixariam cair.
Volta e meia eu crio ódio por eles, eu acho que todas essas minhas crises só existem por causa deles. Mas de certa forma eu sei que estou certa. Pois sem eles eu não estava aqui, logo não haveria crise alguma. Mas graças a eles eu quis seguir em frente e ser alguém. Graças a eles eu aprendi a me vingar para sobreviver e aprendi a ser superior.
E oh, vocês não sabem o quanto eu me sinto bem ao ver vocês tentando fazer merda desse meu sentimento, pois aí é quando eu vejo o quanto sou superior, o quanto eu evoluí em comparação a vocês. Pois eu sei o que é amar de verdade, eu sei o que é não estar sozinha. Eu sei o que é acreditar, eu sei o que é respirar, viver, matar para sobreviver. E vocês não sabem. E eu estou muito orgulhosa da mulher em que me transformei graças a isso. Eu adoro ver vocês tentando menosprezar meus meninos e o que sinto por eles pois eu sei o quanto a sua vida é vazia, querida. (: Eu sei que você nunca poderá experimentar tudo que vivi graças a eles, e de certa forma eu sinto pena de você por isso. Espero que um dia você possa ao menos entender o que é isso, pois você precisa.
Cinco meninos por quem eu daria minha vida. Cinco vidas que salvaram a minha.
Eles são o My Chemical Romance, & i'm their soldier.


you'll never make me leave.
I wear this on my sleeve. they gimme a reason to believe!

make me ill ~

ps.: ouvir "míquey" me irrita DEMAIS, sabe Madeira? -.-'