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sábado, 18 de julho de 2009


Algumas pessoas têm reclamado do tamanho da minha fonte mas é que, veja só, minha caligrafia também é assim toda pequena, meio apertadinha, então eu queria algo que assemelhasse-se à ela, entendes? :)
E veja só, poderia ser bem pior.

xx

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Alguém precisa me convencer
pois já está na hora de ver
quem eu realmente sou
e quem se esconde por trás desse ser.
Alguém poderia me oferecer
um pouco de pó no lugar desse arroz
E poemas escritos com lápis de olho
Em celebração à chegada dos dezoito.
Alguém poderia simplesmente vir
E ficar ao invés de sumir
Fincar algumas raízes na terra
Que admiro por trás dessa tela.
Pois entre fios e ligações
Há algum organismo que vive
Entre quedas e conexões
Há alguma doença que sobrevive
Como as feridas que eu pinto
Nesse escorpião maldito
Enquanto esfrego o benefício
Na cara de um velho amigo.
Alguém poderia lhe avisar
Do que restou do que ficou pra trás
Cobertas por seus novos artifícios
As lembranças de um perigo antigo
Que já perdeu forças e reações
Com as idas e vindas do indivíduo
Montando a sequência de suas razões
Na tentativa de um novo início.
Alguém precisa me acordar
Pois já está na hora de dormir
E tudo o quê fiz foi fingir
Saber calar o meu viver.

terça-feira, 7 de julho de 2009


Percorre os dedos pelas memórias
Calos se roçam contra as ondulações
Maciez e quentura ilusórias

Onde alimentas o poder da enganação

Socorre o ódio das mágoas

E afoga o amor no passado
Aquece o esquecimento

Prepara a estrutura e o cal

Transita entre as densas águas

Feito doce derretido, melado

Prepara com força o cimento

Aquece as lembranças e o caos

Coça, roça, espreme a virilha
Toma o curso num estalo

Foge, se esconde da vigília

De quem vive e sente como estátua

Então se levanta e começa a rodar

Cai e aprende a andar
É gente grande, outrem amante

Aprendeu a odiar

Então se rasga e aprende a dançar

Os versos queimados de outrem A
prendeu a perdoar

A mesma pele lisa e macia

O mesmo jogar de bacia

O mesmo fluído pulsa quente nas entranhas

Agora não mais vazias

quinta-feira, 2 de julho de 2009


Há pouco arrumei este jardim
Terra fofa, negra e quente
Recheada de sorrisos e piadas
Cravando tuas raízes em mim
Abrindo o caminho para os crentes
Desobstruindo o inviável.
Há pouco cultivei estas flores
Na terra quente, fofa e negra
Coloridas, frutos de tuas dores
Quando hoje a raiz se desintegra.
Não há espaço para o perdão
Onde cresce tanto orgulho.
Onde descansam os gritos abafados
De um desespero quase nulo
Que rasga o peito do ignorante
Lá no alto, quase inalcançável
Implorando por um pouquinho de atenção
Um carinho pra este ser tão abalado.
Há pouco fugi deste campo
Que cresceu feroz e veloz
Engoli tuas ervas daninhas
Fechei os olhos e segui andando
Carregada por este orgulho atroz.
Então, como quem não quer nada,
Como quem vem só por vir,
Volte e não diga uma palavra
Volte e me faça sorrir.
Por que meu orgulho me desconcerta
E a dor da solidão me desintegra
Mas não posso abrir mão
Do que com tanta força construí.
Essa proteção feroz em ação
Meu inabalável muro de Berlim.

Apenas volte, amigo, volte para mim.

Pois você me conhece tão bem,
Lê-me como ninguém.
E de cor, eu sei, você sabe
Não sou apenas paisagem.
Eu sou a mais alta das ilhas.
A mais dura das ilhas.
Incalcançável.

quarta-feira, 1 de julho de 2009


Aperto o copo contra o peito
A personificação do receio
Solitário velejo neste mar de gente
De alegrias, alergias, mutantes genes
Com o corpo truncado, trancado
Danço David Bowie de 9 às 6
Brindo Joy Division com todos vocês
Meus melhores amigos tão desconhecidos
Na orla brilhante de Ipanema
Esconderijo meu, teu e das baratas
Onde todos se defloram sem pena
Só porque a verdade é mais barata
E a salvação, inexata.
Aperto o copo contra o peito
Nesse círculo sem recheio
Pouco a pouco vou ficando azedo
Talvez seja hora de voltar
Talvez seja a hora de amar
Mas quem volta, sempre vai
E a frieza do amor sempre arde
Nas feridas do passado revisitado
Que o doutor não pôde costurar
Onde as memórias são digitais
E os amores passados, deletados
Mas ainda hei de amar
Nem que seja meu próprio capataz.
E então sorrio por Ipanema
Não é hora de olhar pra trás
Berro Janis Joplin com minhas pequenas
Por que é recebendo que se dá
O quê antes ficava trancado,
enterrado no peito apertado
pelo copo recheado de receio
onde este naufrago se perdeu
do quê antes era verdadeiro.