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quarta-feira, 1 de julho de 2009


Aperto o copo contra o peito
A personificação do receio
Solitário velejo neste mar de gente
De alegrias, alergias, mutantes genes
Com o corpo truncado, trancado
Danço David Bowie de 9 às 6
Brindo Joy Division com todos vocês
Meus melhores amigos tão desconhecidos
Na orla brilhante de Ipanema
Esconderijo meu, teu e das baratas
Onde todos se defloram sem pena
Só porque a verdade é mais barata
E a salvação, inexata.
Aperto o copo contra o peito
Nesse círculo sem recheio
Pouco a pouco vou ficando azedo
Talvez seja hora de voltar
Talvez seja a hora de amar
Mas quem volta, sempre vai
E a frieza do amor sempre arde
Nas feridas do passado revisitado
Que o doutor não pôde costurar
Onde as memórias são digitais
E os amores passados, deletados
Mas ainda hei de amar
Nem que seja meu próprio capataz.
E então sorrio por Ipanema
Não é hora de olhar pra trás
Berro Janis Joplin com minhas pequenas
Por que é recebendo que se dá
O quê antes ficava trancado,
enterrado no peito apertado
pelo copo recheado de receio
onde este naufrago se perdeu
do quê antes era verdadeiro.