Recent Posts

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Resolvi (é, de novo) abrir os comentários e provavelmente eles vão permanecer assim por um bom tempo (quer alguém comente, quer não).
Mudei também o layout, chega de matar olhos alheios, certo?
Tudo isso porque resolvi fazer um blog novo, uma espécie de portifólio, e quando terminá-lo, edito o post e coloco o link aqui, oks? :)) Mas isso não quer dizer que eu vou largar esse aqui não, ow! Aquele é só para textos e fotografias mais relacionados à minha pseudo carreira de jornalista~~.


Enfim, só isso. :( xx


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

WAT

Your past life diagnosis:

I don't know how you feel about it, but you were male in your last earthly incarnation.You were born somewhere in the territory of modern Ireland around the year 950. Your profession was that of a banker, usurer, moneylender or judge.
Your brief psychological profile in your past life:
Bohemian personality, mysterious, highly gifted, capable to understand ancient books. With a magician's abilities, you could have been a servant of dark forces.
The lesson that your last past life brought to your present incarnation:
Your task is to learn, to love and to trust the universe. You are bound to think, study, reflect, and to develop inner wisdom.
Do you remember now?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Você acaba onde tem que acabar”
É na primeira ferida que você aprender a gostar da dor.
Você acaba onde tem que acabar”
Sem medo agora, vai até o fim.
Você acaba onde tem que acabar”
Mais fundo.
Você acaba onde tem que acabar”
Mais.
Você acaba onde tem que acabar”
Gravado à faca no meu cérebro.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

espasmos

    E então o sinal se pôs vermelho; parou na avenida chuvosa de Botafogo. As luzes frias da orla não se misturavam com as luzes quentes, com aquele sinônimo tão conhecido de “amor” e “família” do shopping agora natalino, tal qual óleo e água. Papais Noéis emagrecidos pela crise carregavam nas costas seus sacos já não mais tão cheios enquanto rostos cansados voltavam do trabalho, seguindo a coreografia. Era só mais um outro final de dia.
Ligou o som, desligou o som. O sinal abriu, correu, outro sinal fechou. O curto caminho do trabalho pra casa sempre esticava quando era sexta-feira, com aqueles infelizes sortudos atravessando a ponte para mais um final de semana feliz na casa de praia. `Tá aí algo que ela nunca entendeu – casas de veraneio para moradores da Avenida Atlântica; todos branquelos até que se toque o sino.
    Assisti Manuela brigar com o controle da garagem para, depois de alguns palavrões, finalmente entrar. Vi-la deixar o cigarro de filtro vermelho cair no tapete do carro, assim como a vi se abaixando com cara de dor para o pegar. O hábito de se estressar com um trabalho sedentário e de pular refeições para rechear-se de cigarro e café a tornaram fina, quase tão transparente quanto sua presença a olhos nus; a corpos diluídos.
    Subiu afobada as escadas de casa, desviou de algumas baratas, combinou consigo mesma de dedetizar a casa (mas não esse mês, a conta de telefone veio alta de novo. Talvez fosse hora de acabar com os trotes por um tempo...), enfim, entrou em casa sem bater. Para alguém assim, entrar em casa sem bater é o alarme da solidão (mesmo que para alguém assado seja a prova da independência...); para essa ''pessoinha'', independência havia se tornado ilhamento.
    Entrou chutando o salto e acendendo outro cigarro. As vezes me pergunto o quê causa à Manuela tanto estranhamento em sua capa de ser humano. Ela não é feia, se é que você me entende... ela só não é... ela (ou ele, ou o quê seja). Penso até mesmo que se fosse para categorizar a menina em alguma espécie, ela seria uma outra, uma nova. Nem a nem b, um x. Ou melhor, um x não, um x não porque todo mundo é x entre quatro paredes, ela seria um , mas um desses sem valor, sem raiz quadrada.
De qualquer forma, lá ela estava jogada, no meio da sala, fumando feito uma puta de esquina, com as pernas abertas feito bailarina, a mente vazia enquanto a fumaça tomava conta do pequeno quadrado de seu conjugado.
    Os minutos dançavam lentamente, sem nunca sair do compasso, embalando a fumaça nessa valsa constante, tal qual oxigênio. Inspirava, expirava, piscava; existia. “O quê você faz da vida?” “Qual o seu nome?” “O que você pretende fazer quando 'w' acabar?” “O quê...” “Como...” Moveu os dedos dos pés, alongou as pernas, atrofiou-se. “Quem é você?” E assim mais um ato se acabava, a mão alcançava o isqueiro e logo todos voltavam das pequena pausa para apreciar um outro, fresco, inédito ato de inalar e exalar mais de 4.500 substâncias prejudiciais à saúde.
    É difícil dizer o que se passa na cabeça de alguém quando o assistimos fumar, assim tão compenetrado. É difícil dizer o que se passa na cabeça de alguém que passa por nós com cara de cu. É difícil dizer o que se passa na cabeça de quem senta ao seu lado oito horas por dia, de quem te pariu, de quem dorme em sua cama... mas uma coisa é certa, nada é.



















                                                                                 chega