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sábado, 1 de dezembro de 2007

efeito placebo


Se um dia alguém se atrevesse a abrir meu peito e deixar jorrar tudo o quê eu escondo dentro dele... Meu bem, você fugiria. Você fugiu com cada palavra que eu te disse, desde as mais doces até as mais frias. Você aqueceu seus pés nos poemas que eu te lia nas noites mais frias. Se refrescou em nossas brigas nos dias mais quentes, com todas aquelas minhas frases sempre tão bem ensaiadas, sempre tão frias. Desse mundo muitas faces eu já toquei, muitas outras já até beijei... Mas nenhuma delas eu guardei no peito com sete chaves como a tua. E meu amor, eu realmente te amei.
E eu te vejo por esta tela fria, sempre assim tão bem, como sempre assim tão linda. E leio tuas palavras hoje tão parecidas com as minhas e vejo que errei, onde errei, vejo como te amei. E as palavras saem como vômito. E eu queria vomitar você. Sairia um vômito belo e limpo, mas não tão livre quanto te ter.
Essas palavras são pra você, meu amor. Pra você que me fez sorrir, me ensinou a chorar... E que sempre me fará amar. E que tanto me faz esperar por aquela aula agora tão necessária, que me ensinará a andar com meus pés sem ter tuas mãos para me acompanhar. Aquela aula que eu sei que eu esquecerei, pois de tanto em perder em teus olhos eu já nem sei o quê falei e te perguntei e hoje já nem sei mais como te esquecer.
Eu vou sempre assistir-te pelos olhos da foto em seu mural. Eu vou sempre estar aqui para te divertir, para me divertir te deixando mal. E se hoje estou assim tão gelada, por favor não me leve a mal. Você já deveria me conhecer, já deveria saber que este é o meu normal.
Se um dia alguém abrisse meu peito... Aqui dentro eles veriam você. Eles veriam seu sorriso e seus olhos brilhando exatamente naquele dia que eu tanto tento esquecer. Eles veriam você na mais bela plenitude do seu ser. Eles me veriam completa, completa e com você. Eles abririam e ouviriam cada palavra sua já despejada em mim. Eles veriam meus jogos, todos tão vazios, pois eu sei quem é a maior perdedora por estas terras.
(E quem seria além de mim?)
Se alguém abrisse meu peito, eu tiraria daqui todo o meu gelo. Eu derreteria em plena Av. Atlântica de meio dia apenas para chegar até você. Nesse mar gelado feito o inferno eu até me afogaria, apenas para chegar até você, tocar você. Pois você tem gosto de marshmallow, meu amor. Só você me leva pra onde tudo é mais belo, só você me faz sentir frio em pleno deserto. Só você me deixa piegas, só você me faz querer morrer às pressas.
E eu preciso de você. E eu quero que você precise de mim. Eu sinto sua falta, e espero que você realmente precise de mim. E eu não acho nada justo que ele tenha todos os dias o quê eu não pude ter por toda a vida... Pois no fundo eu sei, você sabe, eles sabem e um dia eu deixarei de saber, que tudo que eu quero é deixar de querer deixar de amar você.

Um dia eu anotei que te amava no meu tênis velho e mal-cuidado. Já lavei, passei álcool, cloro e até o deixei desinfetado. Mas o maldito do azul continua lá, com seu pseudônimo e toda a minha graça de menina. Eu deveria ter acreditado quando me disseram que você era como heroína e que de ti eu nunca largaria.
Um dia eu rabisquei um coração com tua inicial e a minha só por querer. Só para todos saberem que quem eu amo é você. Minha mãe lavou a calça e minha avó até tentou pintar, mas por cima da mancha de caneta nada podia ficar. E até hoje quando olho pro joelho eu vejo você, e todas as coisas que foram embora quando eu me deixei te perder.
Eu não quero que você leia, não quero que você saiba, não quero perceber que isso já não mais te maltrata. Mas está explodindo dentro de mim algo que há muito eu não notava. E eu queria me desculpar por essa dor que nunca passava e hoje está ainda mais alterada... Mas eu encontrei remédio nos seus olhos, nos olhos dele. E a tranqüilidade que antes apenas tu me mostravas, hoje derrama daquelas lágrimas. Eu queria desculpas por me sentir mais segura nos braços dele do que em suas palavras, mas é que hoje ele me fez sorrir. E ontem também e durante toda a semana e o mês. É que quando eu o vi morrendo, sem antes mesmo saber por que, meu bem, eu já morri. E eu queria teu perdão por hoje deixar minha alma precisar dele, e meu corpo se enrolar com aquele... Mas é que ontem eu percebi o quanto hoje eu morri por ainda amar você.

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que com você daria certo
Juntos faríamos tantos planos
Com você o meu mundo ficaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
E depois cresceriam, e nos dariam os netos

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto
Juntos viveríamos por mil anos
Por que o nosso mundo estaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
Com seus filhos que depois nos trariam bisnetos

O problema é que eu te amo
Não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto
Juntos morreríamos, pois nos amamos
E de nós o mundo ficaria deserto
Eu vejo nossos filhos lembrando
Com os seus filhos que já teriam seus netos

Meu mundo ficaria completo (Com você) - Cássia Eller ♥