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sexta-feira, 10 de abril de 2009


São tantas pessoas para se esquecer e tão poucas vidas para se viver...
Depois daquele dia foram duas semanas de agonia.
Certas barreiras você simplesmente não consegue manter, elas caem. Seja pela força do outro ou sua própria vulnerabilidade.
Mas é tão doce.
É como o aspartame e sua falsa doçura preenchendo as lacunas em sua língua que o amor deixou. São aquelas barreiras que você mantém; elas enferrujam.
Não é mais tão doce.
É tudo sobre saber viver para se saber morrer. Saber quais barreiras derrubar e quais se manter. Sobre saber amar. A quem se entregar e de quem se proteger.
O atalho está em saber se retirar quando o amor morrer.
Pena que não há ninguém nesse mundo que sinta mais do que eu.
Mas é tão doce.
Você morde a vida e saboreia cada amor que viveu.
Cada dia que chorou.
Cada sol que viu nascer.
Não é mais tão doce.
O sangue que pulsava, jovem e quente, em suas veias, fortes, progressivamente substituído pelo álcool, a saída mais fácil para um coração ameaçado.
Mas você é tão diluído; apenas uma versão pobre e hipócrita de quem fora um dia.
Apenas o registro triste e envelhecido de um intenso amor vivido; vendido.
São tantas pessoas para se amar e tão poucos dias para nascer.
É como uma caixa de fósforos. Tantos amantes, tantos iguais. Todos prontos para queimar rapidamente no seu coração, com aquela paixão tão rápida quanto insípida ou indolor.
Pois pessoas são tais como fósforos. Doem menos quando queimam de uma vez e suas cinzas desaparecem antes mesmo de tocarem o chão.
Mas é tão doce.
É como o seu sabor inventado pela carência alimentada pelos filmes hollywoodianos de amor. Não há mais o fervor. Só o tesão maquinal de quem fecha os olhos durantes os beijos insossos para pensar em um outro alguém. De quem se perde em cópias mal feitas de seus fósforos para queimar sem realmente se acender. De quem só quer perder.
Não é mais tão doce.
Certas barreiras você simplesmente não mantém. É a sua necessidade da cota diária de algum retorno, de amar e ser amado. Pois nenhum ser humano apaixonado é altruísta, meu caro. A paixão não quer amar o outro em vão, quer é ser desejada. Quer apanhar da mão que afaga.
Mas é tão doce.
Como cada manhã de ressaca que nasce ensolarada. Como ver em cada novo dia, uma nova chance a ser desperdiçada. E encontrar no aspartame a doçura suficiente para sua glicose descontrolada.
Você vive para amar.
Ama para esquecer.
Esquece pra aprender.
Você vive para morrer.
Se reclamam do meu álcool, que saibam que é de amor que me embriago.
A cada um lhe cabe um vício a ser alimentado, seu fardo a ser desprezado.
Se reclamam de meus cigarros, pois saibam que é com amor que me estrago. Com cada erro seu em cada respiração. É você que eu trago nessa paixão estragada que explode meus pulmões.
Não há ninguém nesse mundo que ame mais do que eu.
A cada um lhe cabe seu próprio vício, seu apogeu.
Se não se escolhe como vir, está em suas mãos ir.
A cada um lhe cabe seu destino, querendo ou não querendo bancar o mártir.
E é com amor que eu quero ir.
É de amor que eu quero morrer.