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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Outubro

Outubro. Décimo mês do ano. Primavera. Estação das flores.
Toda primavera é assim. Um encontro, um erro. Dessa vez um fim.
Um telefonema, um passo dado em falso, e tudo o que tanto me era apreciado, deletado.
Sorrisos, lembranças. Todas as brigas, uma vida. Excluídos com um simples clique.
E então a distância pareceu milhas. O ontem pareceu uma outra vida, hoje esquecida.
O silêncio quebrado de tempos em tempos pelo eco doentio das nossas feridas, acabado.
Não há mais nada aqui, nem mesmo o vácuo para preencher o que fora apagado.
Outubro. Décimo mês do ano, dos três anos. Estação das flores.
Estação do fim.
E tudo que é apagado, uma hora é esquecido.
Toda ferida que é aberta, uma hora sara.
Toda história que é rasgada, uma hora emenda.
Toda mulher que se quebra, uma hora se levanta.
Toda vida que se acaba, em outra recomeça.
Não quero mais esperar pelo décimo mês do ano. Não preciso de uma Primavera.
A dor acabou e a hora essa. E que não sejas nem um pouco tão feliz quanto eu, amor.
Espero que um dia, em Outubro, numa Primavera, você pague por toda minha dor.

~#~

Esfregamos nossos segredos na sacada
É o fim, o tão falado ponto de chegada.
A nossa lógica largada e escurraçada
dança em mim, tão pesada e inacabada.

E é Outubro, amor! Décimo mês do ano; é mês do erro!
Acaba uma vida, anjos mancando no aterro. Mês do desespero!
E é Outubro, Senhor! Décimo mês do ano, do inteiro!
Nasce uma vida, anjos caídos no terreiro. Mês do milagreiro!

Apagamos nossos segredos no passado renegado
É o fim agora, sinto no meu sorriso seco e afogado
As palavras ecoando em nosso doce impasse adorado

Dizem que é Outubro, meu amor! Mês da nossa Primavera. É o mês da dor!
O que era, já não é. O que ia ser, nunca será. E o que foi já acabou!
Pois é Outubro, Senhor! Primavera já não mais, então agarre o que ficou.