![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7abmE7W6qKZf1IIFIBVDVb4N0bt-RwvhSpW3KOv1MBCb_jM-P9r2JNNs_5pg-aMycXQDZdhxvuX70yb6X3FQhxTF1nB_4Jz5L5ueNoidGAIN0QhPiPAvV3824HSCVRtwNj5O7dW-_bUXg/s320/OgAAAAZOAkppbZaArjs6pSetdZcwYn80kzYHvRaWn3T3NaEqMHHbcZSrt8YaiDfr43MpW_GZckBPDcEB3ESgDnfdEX0Am1T1UAVUSmUrglRXUTiVho00AZ8xlrH0.jpg)
Aperto o copo contra o peito
A personificação do receio
Solitário velejo neste mar de gente
De alegrias, alergias, mutantes genes
Com o corpo truncado, trancado
Danço David Bowie de 9 às 6
Brindo Joy Division com todos vocês
Meus melhores amigos tão desconhecidos
Na orla brilhante de Ipanema
Esconderijo meu, teu e das baratas
Onde todos se defloram sem pena
Só porque a verdade é mais barata
E a salvação, inexata.
Aperto o copo contra o peito
Nesse círculo sem recheio
Pouco a pouco vou ficando azedo
Talvez seja hora de voltar
Talvez seja a hora de amar
Mas quem volta, sempre vai
E a frieza do amor sempre arde
Nas feridas do passado revisitado
Que o doutor não pôde costurar
Onde as memórias são digitais
E os amores passados, deletados
Mas ainda hei de amar
Nem que seja meu próprio capataz.
E então sorrio por Ipanema
Não é hora de olhar pra trás
Berro Janis Joplin com minhas pequenas
Por que é recebendo que se dá
O quê antes ficava trancado,
enterrado no peito apertado
pelo copo recheado de receio
onde este naufrago se perdeu
do quê antes era verdadeiro.