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domingo, 10 de maio de 2009


Carne cortada, derme remendada, ossos quebrados e nervos à flor da pele. O corpo completo, o ser como um todo.
Sangue pulsando quente e forte, jovem e limpo, limpo e limpo. O corpo grudado na alma, o ser como um todo.
Caminhei por dias entre diversas escolhas.
Caminhei por dias entre diversas possibilidades, sempre escassas, tão admiradas.
Se é natural? Não sei. Mas é forte, não há saída.
Se é pecado? Não sei. Mas é real, minha melhor recaída.
Não é motivo para grades e correntes, tentando racionalizar o que está acima da razão.
E nervos e costumes e valores e sentimentos e hormônios pulsando quentes contra a capa.
Não há motivo para tanto alarde, não há motivo algum para tanta confusão.
Dentro do amor não cabe nenhuma razão.
Se é o certo? Não sei. Mas é meu, e é definitivo.
Se é o melhor? Não sei. Mas é dela, e espero que seja infinito.
E todas as escolhas por entre as quais caminhei me levaram até ela.
Por entre diversas possibilidades, só tua árvore floresceu.
E a razão? A razão se enfureceu.
O dia escureceu.
E a liberdade se perdeu.
Um pássaro com asas cortadas não voa alto, mas voa.
E é assim, voando baixo, que voo para fora de tuas grades.
Não há motivo para tanto desespero se teu erro é meu acerto.
Voando baixo, assim baixinho e devagar mas certeiro, eu voo pra longe de tuas correntes.
Se é bonito? Sim, é.
Se é doloroso? Sim, é.
Se é em vão? Pouco me importa.
É meu e veio como um furacão. Pouco me importa se me quebra as pernas pois me trás vida.
Cada ferida aberta, cada batalha perdida - tudo é meu, tudo é dela e o conjunto é belo.
Carne servida, derme repartida, ossos esmigalhados e nervos adormecidos. O corpo em partes, o ser perdido.
Sangue escasso e podre, escorrendo pelas mentiras, tão jovem e sujo, sujo e sujo. O corpo esmagando a alma, o ser perdido.
Caminhei por entre consequências sempre tão duras.
Caminhei por dias entre o sim e o não, o desejo e a razão.
Mas dentro do viver não cabe razão alguma.
Se é natural?
Pecado?
Certo?
O melhor?
Doloroso?
Bonito?
Em vão?
Não sei.
E o seu?
Você não sabe;
nem quer saber.
É natural;
pecado em sua mais pura concepção;
é certo, errado;
o pior que eu poderia encontrar;
é lindo em cada traço horrendo;
é em vão, assim como qualquer outro amor.
Mas é meu.
E o seu?
E o seu?