o céu cai em água podre e nojenta, uma maravilha.
meu palácio dos restos de seu império indecente
desmonta podre, levado e lavado nessa água benta.
mergulho solta, pura num sono tranquilo em seu pudor.
fecho os olhos e enforco a dor em teu cantar
lava o sangue e a merda das minhas lembranças, Senhor
abençõa quem sente dor e não sabe chorar.
promete que essa chuva que me afoga um dia terá seu fim
que a enchente que a engole, serena, um dia chegará a mim
inunda minha armadura, pode vir. estarei esperando por aqui.
mas me apaga dessa terra, eu te suplico.
esquece as regras, as métricas;
porque eu desisto.
vem cair sobre mim, mar do céu. só me leve conti go.